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A importância de nomear sentimentos

  • Foto do escritor: Jackson Cividati
    Jackson Cividati
  • 11 de set.
  • 3 min de leitura


Você já sentiu uma emoção tão específica que parecia não ter nome? Talvez uma sensação única, mas que você não sabia como chamar.

Um exemplo: já percebeu o aroma terroso e agradável que surge quando a chuva cai em solo seco, especialmente depois de um longo período de seca? Pois é, esse cheiro tem um nome: Petrichor.

Assim como o petrichor, que ganhou um termo próprio para descrevê-lo, muitos sentimentos e emoções que parecem difíceis de explicar podem, sim, ter um nome. E é sobre isso que vamos falar hoje.

Emoções, sentimentos e sensações: não é tudo a mesma coisa

Para começar, é importante diferenciar emoções de sentimentos.

As emoções fazem parte da forma como nosso corpo e mente reagem a situações marcantes. Elas costumam ser rápidas, intensas e muitas vezes acontecem sem controle consciente. São respostas automáticas diante de algo que nos afeta.

Um exemplo famoso é o filme “Divertida Mente”, da Pixar, que popularizou a ideia de “emoções básicas”. Embora na Psicologia não exista consenso sobre quais seriam exatamente essas emoções, alguns estudiosos sugerem que certas reações são universais:

  • Raiva

  • Nojo

  • Medo

  • Alegria

  • Tristeza

  • Surpresa

  • Desejo

  • Esperança

Já os sentimentos são diferentes: eles envolvem a forma como interpretamos internamente aquilo que vivemos. São mais duradouros, subjetivos e carregam uma avaliação pessoal — agradável, desagradável ou ambígua.

👉 Enquanto a emoção é imediata, o sentimento é construído a partir dela.

Por exemplo: sentir medo ao ouvir um barulho inesperado é uma emoção. Já refletir sobre esse medo, lembrando experiências passadas ou associando a pensamentos, é o que gera o sentimento.

E onde entram as sensações? Elas estão ligadas aos nossos sentidos — ver uma cor, sentir um cheiro, tocar em algo frio, ouvir um som. São respostas diretas do corpo, e não interpretações emocionais.

Por que dar nome aos sentimentos?

Talvez você se pergunte: “Mas o que adianta colocar um nome em algo que eu sinto?”

A resposta está em três pontos principais:

1. Clareza e identificação

Dizer apenas “não sei o que estou sentindo” dificulta o autoconhecimento. Mas se você consegue nomear — por exemplo, “ansiedade” — já é possível investigar: “Essa ansiedade vem do medo de errar? Da preocupação com o futuro?” Nomear abre caminho para compreender.

2. Regulação emocional

Quando damos nome a uma emoção, conseguimos tomar distância dela. É como tirar uma tempestade de dentro de si e colocá-la em uma jarra para observar. Essa separação permite analisá-la com mais racionalidade.

Estudos em neurociência mostram que rotular emoções diminui a atividade da amígdala, área do cérebro que processa o medo e reações emocionais intensas.

3. Identificação de padrões

Ao perceber que, em certas situações, você sempre sente “frustração” ou “inveja”, fica mais fácil identificar padrões e desenvolver novas formas de lidar com eles.

Em resumo: nomear é dar forma. E, ao dar forma, aquilo que parecia misterioso ou assustador se torna mais compreensível e controlável.

Palavras únicas para sentimentos únicos

Algumas culturas criaram palavras específicas para sensações e sentimentos que nem sempre têm tradução direta. Veja alguns exemplos:

  • Saudade (português) – nostalgia pela ausência de algo ou alguém.

  • Wabi-sabi (japonês) – apreciar a beleza da imperfeição e da transitoriedade.

  • Torschlusspanik (alemão) – medo de que o tempo esteja se esgotando para realizar algo importante.

  • Hygge (dinamarquês) – sensação de aconchego e conforto, geralmente em um ambiente acolhedor.

  • Schadenfreude (alemão) – prazer sentido diante do infortúnio de outra pessoa.

  • Waldeinsamkeit (alemão) – sensação de solidão e conexão com a natureza ao estar sozinho na floresta.

  • Ya’aburnee (árabe) – desejo de morrer antes da pessoa amada, por não suportar viver sem ela.

  • Kilig (tagalo) – “borboletas no estômago”, geralmente em situações românticas.

Essas palavras mostram como a linguagem molda nossa forma de perceber e compreender o que sentimos.

Conclusão: o poder de nomear o que sentimos

Dar nome às emoções não é apenas um exercício de vocabulário — é uma ferramenta de autoconhecimento e regulação emocional.

Da próxima vez que sentir algo intenso, tente pausar e perguntar: “O que estou realmente sentindo? Existe uma palavra que descreve isso?” Talvez você descubra que, sim, há um termo para aquilo que parecia indescritível.

E se não existir? Então crie o seu. Afinal, nomear é também uma forma de se apropriar da experiência.

 
 

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